Nuclear não, Obrigado!
Nuclear regressa com promessa de milhões
A construção de uma central nuclear em Portugal poderá render cerca de 100 milhões de euros por ano, por via de impostos, ao município que vier a acolher o projecto. Pedro Sampaio Nunes, sócio de Patrick Monteiro de Barros na empresa que quer fazer a central (Enupor), garante haver "receptividade" da maioria dos autarcas sondados, mas explica ser preciso "aceitação pública" e política da tecnologia antes de serem divulgadas as localizações possíveis, já estudadas de forma aprofundada. E alerta quando os espanhóis decidirem construir mais centrais, o projecto para Portugal deixa de existir, estando a Enupor em contacto com outros países com vista à construção de centrais nucleares.
A confirmação de que o projecto é viável técnica, financeira e economicamente em "pelo menos três localizações", depois de afastada a hipótese de Mogadouro pelo próprio autarca da região, é atestada por um estudo encomendado pela Enupor. Sampaio Nunes admite que o projecto não pode avançar nesta legislatura por imposição do Governo, mas, logo que surja uma oportunidade, este estudo - que "oportunamente" será entregue ao Executivo - mostra haver todas as condições.
Segundo o responsável, o estudo (desenvolvido desde Setembro por três dezenas de académicos, engenheiros e técnicos ligados à indústria) indica que nas minas de Nisa há urânio para abastecer os reactores ao longo dos 60 anos de vida do projecto. O reactor da central, com 1600 megawatts (MW) de potência, poderá ser arrefecido por duas torres húmidas (ou seja, recorrendo a água de rios ou do mar) ou uma seca e a produção de energia terá um custo de 30 a 35 euros MW/hora - entre metade a um terço do custo do programa de renováveis em curso. De acordo com Sampaio Nunes, ficou demonstrado que o investimento necessário no reforço da rede eléctrica não é de 500 milhões, mas de 80 milhões a 100 milhões, que o promotor "está disposto" a suportar. Também os custos do desmantelamento da central, afirma, serão suportados por um fundo alimentado pela energia vendida ao longo da vida da central que poderá evitar a emissão de 6 milhões a 11 milhões de toneladas/ano de CO2, consoante substitua produção a gás ou carvão. Outra das novidades é o "custo muito reduzido" da instalação de uma agência independente para os assuntos de segurança radiológica, que deverá monitorizar a central. Com base na experiência finlandesa, diz, este organismo teria de ter cerca de 80 pessoas e um orçamento anual de dois milhões, suportado preferencialmente pelo Estado. Sampaio Nunes garante que o investimento na central - de 3 mil milhões a 3,5 mil milhões - não carece de apoios públicos e que há "muitos interessados" no projecto que não dão a cara por recearem ser afectados pela forma como o debate tem sido conduzido. O responsável lembra que a Agência Internacional de Energia e Bruxelas já alertaram para a necessidade de o nuclear ser recolocado na agenda, por ser a melhor forma de reduzir a dependência face ao exterior e de combater as emissões poluentes. Também os EUA e o Reino Unido, além da França, Finlândia e China, estão a avançar com projectos. Já hoje, o assunto volta a ser discutido em Lisboa, num debate promovido pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento, ligado ao PS, mas não está prevista a presença de nenhum membro do Governo.
Ricardo David Lopes in JN
A construção de uma central nuclear em Portugal poderá render cerca de 100 milhões de euros por ano, por via de impostos, ao município que vier a acolher o projecto. Pedro Sampaio Nunes, sócio de Patrick Monteiro de Barros na empresa que quer fazer a central (Enupor), garante haver "receptividade" da maioria dos autarcas sondados, mas explica ser preciso "aceitação pública" e política da tecnologia antes de serem divulgadas as localizações possíveis, já estudadas de forma aprofundada. E alerta quando os espanhóis decidirem construir mais centrais, o projecto para Portugal deixa de existir, estando a Enupor em contacto com outros países com vista à construção de centrais nucleares.
A confirmação de que o projecto é viável técnica, financeira e economicamente em "pelo menos três localizações", depois de afastada a hipótese de Mogadouro pelo próprio autarca da região, é atestada por um estudo encomendado pela Enupor. Sampaio Nunes admite que o projecto não pode avançar nesta legislatura por imposição do Governo, mas, logo que surja uma oportunidade, este estudo - que "oportunamente" será entregue ao Executivo - mostra haver todas as condições.
Segundo o responsável, o estudo (desenvolvido desde Setembro por três dezenas de académicos, engenheiros e técnicos ligados à indústria) indica que nas minas de Nisa há urânio para abastecer os reactores ao longo dos 60 anos de vida do projecto. O reactor da central, com 1600 megawatts (MW) de potência, poderá ser arrefecido por duas torres húmidas (ou seja, recorrendo a água de rios ou do mar) ou uma seca e a produção de energia terá um custo de 30 a 35 euros MW/hora - entre metade a um terço do custo do programa de renováveis em curso. De acordo com Sampaio Nunes, ficou demonstrado que o investimento necessário no reforço da rede eléctrica não é de 500 milhões, mas de 80 milhões a 100 milhões, que o promotor "está disposto" a suportar. Também os custos do desmantelamento da central, afirma, serão suportados por um fundo alimentado pela energia vendida ao longo da vida da central que poderá evitar a emissão de 6 milhões a 11 milhões de toneladas/ano de CO2, consoante substitua produção a gás ou carvão. Outra das novidades é o "custo muito reduzido" da instalação de uma agência independente para os assuntos de segurança radiológica, que deverá monitorizar a central. Com base na experiência finlandesa, diz, este organismo teria de ter cerca de 80 pessoas e um orçamento anual de dois milhões, suportado preferencialmente pelo Estado. Sampaio Nunes garante que o investimento na central - de 3 mil milhões a 3,5 mil milhões - não carece de apoios públicos e que há "muitos interessados" no projecto que não dão a cara por recearem ser afectados pela forma como o debate tem sido conduzido. O responsável lembra que a Agência Internacional de Energia e Bruxelas já alertaram para a necessidade de o nuclear ser recolocado na agenda, por ser a melhor forma de reduzir a dependência face ao exterior e de combater as emissões poluentes. Também os EUA e o Reino Unido, além da França, Finlândia e China, estão a avançar com projectos. Já hoje, o assunto volta a ser discutido em Lisboa, num debate promovido pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento, ligado ao PS, mas não está prevista a presença de nenhum membro do Governo.
Ricardo David Lopes in JN
Pelos vistos os nossos "incorruptíveis" autarcas estão a tentar ser comprados com promessas de redução de impostos de 100 milhões de euros por ano. Como é óbvio está a haver grande receptividade... Outra coisa não seria de esperar... Além disso ameaçam que quando os Espanhois começarem a construir mais centrais, o projecto para Portugal deixa de existir. Por mim, podem fazer o favor de ir para Espanha que cá não fazem falta nenhuma.
Apesar das aparententemente grandes vantagens económicas, os problemas ambientais e de saúde pública que seriam causados no caso de um acidente, levam-me a dizer mais uma vez: Nuclear não, obrigado!
8 Comments:
Depois de algumas hesitações iniciais formei tb opiniãoi pelo Não à Central... O risco de um acidente - sempre possível - mesmo nas melhores e mais recentes centrais, e o lixo, sobretudo este, decidiram-me...
Assim se vê a defesa que muitos dos autarcas fazem das suas populações. Cheirando-lhes a dinheiro...
Os perigos de acidentes são uma realidade e as consequências que daí poderão advir,incomensuráveis.
O seguro morreu de velho!
Digo NÃO a esse rebuçado.
Um abraço.
Não precisamos de central, precisamos é de energias alternativas!
Rui: O grnade problema é precisamente esse... O risco de acidente e os resíduos...
Um Abraço.
Jorge:
Gostaria de saber como é que uma entidade privada, pode garantir uma poupança de 100 milhões de euros em inpostos, mas como estamos a falar de Portugla, já nada me espanta...
Um acidente teria consequências catastróficas num país como o nosso.
Também não quero este rebuçado.
Um Abraço.
Dae:
Estou completamente de acordo contigo. Apesar de serem de implementação mais cara, são amigas do ambiente e inesgotáveis.
Um Abraço.
Também sou um apologista do não neste caso. A nossa saude e a dos nossoa filhos vale mais que energia barata. Fui e sou contra o nuclear.
abraço
Kaos:
Se pensarmos bem, temos que ser todos contra o nuclear! Pode ter muitos beneficios económicos, mas se pensarmos em Chernobyl, vê-se logo que o dinheiro não é o mais importante..
Um Abraço.
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