Os cangurus estão quase a conseguir...
Austrália é responsável pela crise
A crise política timorense continua ao rubro. O presidente ameça demitir-se se o primeiro-ministro não o fizer. Mas afinal o que se passa neste jovem país, rico em petróleo e gás natural mas, ao mesmo tempo, o mais pobre da região?
Alfredo Assunção, general na reserva, chefiou o Estado Maior das forças da ONU em Timor-Leste entre 2000 e 2001 e não tem dúvidas "A Austrália está na origem desta, como de anteriores, crises no país". E acrescenta: "A diferença é que agora conseguiram quebrar a união entre Xanana Gusmão e Mari Alkatiri".
JN: A crise que Timor-Leste vive actualmente espanta-o?
Alfredo Assunção: Não. De modo nenhum. A minha experiência, em função da actividade que desempenhei no quadro da ONU, com todas as partes envolvidas, permite-me concluir que, mais cedo ou mais tarde, algo deste tipo ia acontecer.E o que levava a antever essa situação?
A Austrália é, como sempre foi desde que Timor-Leste se tornou independente, o principal inimigo do país. A coberto de um estranho conceito estratégico de segurança regional, sempre quis controlar tudo e todos. Até agora, não o tinha conseguido na totalidade porque Xanana Gusmão e Mari Alkatiri estavam unidos. Ao quebrar essa união, abriu caminho para tomar conta do país.
Timor é um risco para a segurança regional?
É o que eles alegam, como se fosse possível Timor-Leste pôr em perigo, agora como no futuro, a segurança regional. Na verdade, como sabem o Governo português e as Nações Unidas, o que preocupa (ou interessa) aos australianos é o petróleo e o gás. Ora, para controlar essas enormes fontes de riqueza, nada melhor do que estarem fisicamente presentes e controlarem numa atitude colonialista todo o sistema político-governativo do país.
Por outras palavras, afastar o primeiro-ministro?
Afastar este primeiro-ministro ou qualquer outro que, como Mari Alkatiri (apesar dos erros cometidos) ponha os interesses dos timorenses acima da ambição dos vizinhos - neste caso da Austrália.
Então a questão das armas, dos "esquadrões da morte", não tem consistência?
É, pelo menos, suspeita. Parece-me que só por si não justifica tanto alarido e muito menos a exigência da demissão do primeiro-ministro e a ameaça de auto-demissão do presidente. Há algo que não bate certo.
Qual é o elo que falha?
Quando estive em Timor-Leste uma segunda vez, Junho de 2003, estava a ser criada o GDR (Grupo de Desdobramento Rápido) que era uma unidade especial de combate exclusivo a actividades subversivas, sobretudo vocacionada para controlar as milícias pró-indonésias. Essa força tinha a aprovação tanto do presidente da República como do primeiro-ministro e, tanto quanto creio, é a que agora é apresentada como a força que visava eliminar adversários políticos.
Então foi, digamos, mais um facto "fabricado"?
Provavelmente. Mas que resultou, lá isso resultou. A divisão criada no seio dos militares abalou o país mas não quebrou a sintonia entre Xanana e Alkatirir. A suposta segregação entre timorenses de lados diferentes da ilha (de que nunca ouvi falar) também abalou, mas não passou disso. Finalmente conseguiram um motivo para o presidente se afastar do primeiro-ministro...
Quem conseguiu?
Os australianos. Quem mais está interessado em ser dono e senhor das riquezas de Timor-Leste? Os australianos. Apenas eles.
In JN
Parece que finalmente os cangurus estão a conseguir o que querem. Basta vermos a opinião deste general português que esteve no terreno e sabe do que está a falar.
Ao que parece o Xanana fraquejou, ou será que está mais preocupado com os seus próprios interesses... Ao fazer o que fez, está no bom caminho para criar uma nova crise. E os Cangurus aplaudem...
A crise política timorense continua ao rubro. O presidente ameça demitir-se se o primeiro-ministro não o fizer. Mas afinal o que se passa neste jovem país, rico em petróleo e gás natural mas, ao mesmo tempo, o mais pobre da região?
Alfredo Assunção, general na reserva, chefiou o Estado Maior das forças da ONU em Timor-Leste entre 2000 e 2001 e não tem dúvidas "A Austrália está na origem desta, como de anteriores, crises no país". E acrescenta: "A diferença é que agora conseguiram quebrar a união entre Xanana Gusmão e Mari Alkatiri".
JN: A crise que Timor-Leste vive actualmente espanta-o?
Alfredo Assunção: Não. De modo nenhum. A minha experiência, em função da actividade que desempenhei no quadro da ONU, com todas as partes envolvidas, permite-me concluir que, mais cedo ou mais tarde, algo deste tipo ia acontecer.E o que levava a antever essa situação?
A Austrália é, como sempre foi desde que Timor-Leste se tornou independente, o principal inimigo do país. A coberto de um estranho conceito estratégico de segurança regional, sempre quis controlar tudo e todos. Até agora, não o tinha conseguido na totalidade porque Xanana Gusmão e Mari Alkatiri estavam unidos. Ao quebrar essa união, abriu caminho para tomar conta do país.
Timor é um risco para a segurança regional?
É o que eles alegam, como se fosse possível Timor-Leste pôr em perigo, agora como no futuro, a segurança regional. Na verdade, como sabem o Governo português e as Nações Unidas, o que preocupa (ou interessa) aos australianos é o petróleo e o gás. Ora, para controlar essas enormes fontes de riqueza, nada melhor do que estarem fisicamente presentes e controlarem numa atitude colonialista todo o sistema político-governativo do país.
Por outras palavras, afastar o primeiro-ministro?
Afastar este primeiro-ministro ou qualquer outro que, como Mari Alkatiri (apesar dos erros cometidos) ponha os interesses dos timorenses acima da ambição dos vizinhos - neste caso da Austrália.
Então a questão das armas, dos "esquadrões da morte", não tem consistência?
É, pelo menos, suspeita. Parece-me que só por si não justifica tanto alarido e muito menos a exigência da demissão do primeiro-ministro e a ameaça de auto-demissão do presidente. Há algo que não bate certo.
Qual é o elo que falha?
Quando estive em Timor-Leste uma segunda vez, Junho de 2003, estava a ser criada o GDR (Grupo de Desdobramento Rápido) que era uma unidade especial de combate exclusivo a actividades subversivas, sobretudo vocacionada para controlar as milícias pró-indonésias. Essa força tinha a aprovação tanto do presidente da República como do primeiro-ministro e, tanto quanto creio, é a que agora é apresentada como a força que visava eliminar adversários políticos.
Então foi, digamos, mais um facto "fabricado"?
Provavelmente. Mas que resultou, lá isso resultou. A divisão criada no seio dos militares abalou o país mas não quebrou a sintonia entre Xanana e Alkatirir. A suposta segregação entre timorenses de lados diferentes da ilha (de que nunca ouvi falar) também abalou, mas não passou disso. Finalmente conseguiram um motivo para o presidente se afastar do primeiro-ministro...
Quem conseguiu?
Os australianos. Quem mais está interessado em ser dono e senhor das riquezas de Timor-Leste? Os australianos. Apenas eles.
In JN
Parece que finalmente os cangurus estão a conseguir o que querem. Basta vermos a opinião deste general português que esteve no terreno e sabe do que está a falar.
Ao que parece o Xanana fraquejou, ou será que está mais preocupado com os seus próprios interesses... Ao fazer o que fez, está no bom caminho para criar uma nova crise. E os Cangurus aplaudem...
4 Comments:
Infelizmente, julgo que Timor já era... Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga...
abraço.
Infelizmente nós somos "pequeninos" demais... O que se passou com o carro da embaixada de Portugal é vergonhoso! Pedem as armas aos Militares Portugueses, os outros carros passavam e o da embaixada de Portugal ficou retido!! É no minimo humilhante esta situação! Se fosse um país forte da europa os Australianos(outros camones de merda) nem se quer ousavam fazer o que fizeram! É isto que Portugal tem que voltar a conquistar! Respeito perante qualquer nação do mundo! Nós somos uma grande nação! Se fossemos um país respeitado os Australianos não se atreviam a tentar tomar conta de timor. Se aquilo fosse frances ou ingles(apesar de ser tudo a mesma merda) eles nao tentavam controlar o país!
da maneira como estão as coisa, timor caminha para ser a mais recente colónia australiana na Oceânia... Uma espécie de nova Papua para explorar a seu bel prazer.
Beagh!
Por isso torço contra a Austrália neste mundial.
e contra o meu patrão (da multinacional onde trabalho) que é tb... aussie.
Negócios politica e religião quando se juntam nunca dão bom resultado. O Xanana deixou-se enganare vai mandar embora o homem que não baixava a cabeça à vontade colonialista da Austrália. É pena que se perca assim a hipotese de haver um ponto de liberdade e independencia naquela parte do mundo
um abraço
Enviar um comentário
<< Home