quinta-feira, agosto 17, 2006

Mais planetas...

Ceres, Caronte e Xena podem vir a juntar-se aos planetas do sistema solar

Quantos planetas tem o sistema solar? A resposta é a mesma há várias décadas: nove. Nos próximos dias, a resposta certa poderá passar a ser 12, com a inclusão de Ceres, Caronte e Xena na lista de planetas que giram à volta do Sol. É essa a mais importante proposta que está sobre a mesa na assembleia da União Astronómica Internacional (IAU, em inglês), que até dia 25 reúne em Praga cerca de 2500 astrónomos.
Há anos que se fala na hipótese de Plutão deixar de ser considerado planeta, por ser o mais pequeno de todos, com 2360 quilómetros de diâmetro (a Terra tem 12.756 quilómetros), e por terem sido descobertos outros objectos de tipo planetário com maior dimensão. É o caso do 2003 UB313, a que os astrónomos apelidaram de Xena, que se encontra logo a seguir a Plutão e tem 3000 quilómetros de diâmetro. É um objecto gelado bastante parecido com Plutão, e que também se encontra na Cintura de Kuiper, a seguir a Neptuno, na qual vagueiam milhares de objectos espaciais.
A IAU confrontava-se com uma opção: ou despromovia Plutão ou considerava outros objectos como planetas. É nesse sentido que vai a proposta ontem apresentada.
A IAU propõe uma definição de planeta e uma nova categoria a que chama plutões, ou planetas de tipo plutónico, onde se inserem Caronte, que até agora tem sido considerado um satélite de Plutão, e Xena, que foi descoberto em 2005 por Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Desta forma, não só Plutão continua a ser um planeta como dá nome a uma nova categoria de planetas.
"Em certo sentido, estamos a despromover Plutão, porque o retiramos da lista dos planetas clássicos. Mas estamos a promovê-lo ao fazer dele o protótipo de uma nova categoria", adiantou Owen Gingerich, que presidiu ao comité que estabeleceu as novas definições, citado pela BBC News.
Há ainda o caso de Ceres, o maior asteróide entre Marte e Júpiter e a principal surpresa da nova classificação, que terá tomado em conta a sua forma esférica - uma condição essencial na nova definição de planeta.
Caronte, Xena e Ceres deverão integrar-se na categoria de planetas anões, proposta pela IAU, a par de outras duas: planetas gigantes e planetas clássicos, feitos de rocha, como os quatro mais próximos do Sol.
A proposta da IAU "deverá ser temporária", considera Rui Jorge Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa. "Não esgota o que já sabemos hoje e não melhora o nosso entendimento do sistema solar." O ideal, diz, seria criar classes abertas, e dá como exemplo a classe dos transneptunianos para designar os objectos encontrados - ou ainda por descobrir - na Cintura de Kuiper, para lá de Neptuno.
A própria IAU não descarta a possibilidade de anunciar mais planetas num futuro próximo, e adianta, em comunicado, que existem 12 candidatos a planetas que estão a ser observados.
Rui Jorge Agostinho deixa ainda uma questão: "Quanto tempo vão os países demorar a espalhar a nova informação?" Um dos problemas desta mudança está exactamente relacionado com a desactualização de manuais escolares e enciclopédias. Mas essa é uma questão que o director do Observatório Astronómico de Lisboa desdramatiza. "Isso está sempre a acontecer nas mais diversas áreas da ciência."

In Público


Parece que vamos ter de acrescentar 3 planetas à actual lista de nove do nosso sistema solar. Acho que quando mudarem os manuais escolares e restantes publicações, é melhor deixar espaço em branco para se poder acrescentar, pois com certeza brevemente vão ser descobertos muitos mais planetas deste tipo.

6 Comments:

Blogger Rui Martins said...

sabes que não doui muita importância a estas questões... quer declaremos ou não se um planeta o é ou se é antes um asteróide... ele continuará a ser aquilo que é e a Ciência Astronómica não ganha nada com isso... parece-me uma espécie de contabilística, nada mais...

mas enfim... desde que eles se entretenham...

2:02 da tarde  
Blogger antimater said...

Acho estas questões muito interessantes. Como se nos apercebessemos que ignoramos sempre a totalidade das forças em presença. E no entanto construissemos certezas com a parcialidade existente...

12:47 da manhã  
Blogger Kaos said...

Pois que venham de lá esses planetas. O pior é que agora quando desejar cantar a cantilena, "mercurio, venus....plutão" para ensinar os meus filhos já não o vou fazer correctamente. Olha, fico à espera que eles me ensinem a mim.
abraço

11:50 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Novamente em sintonia! Também estava a pensar fazer um post sobre isso, mas como tu já cá tens o teu, poupo trabalho ;)

Também acho que esta questão não tem grande interesse e não trará nada de novo ao que realmente interessa, o conhecimento dos astros. A questão da classificação e da nomenclatura parece-me irrelevante... E que escolheu o nome Caronte? Bah! Ceres é um nome porreiro, mas Xena fará sempre lembrar-me a Princesa Guerreira :) Prefiro que fique como está. No fundo, parecemos formigas mais preocupadas em dar nomes e classificar montanhas do que em conhece-las.

abraço

2:26 da tarde  
Blogger tb said...

e nunca mais descobrem outros seres que coisa!
jinhos

8:24 da tarde  
Blogger Archeogamer said...

É somente o renomear de mais uns calhaus.

1:58 da tarde  

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