sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Porquê votar SIM?

Sinceramente estou farto até aos cabelos desta discussão em torno do referendo. Estou cansado de debater esta questão até à exaustão. Assim sendo, porque não me apetece escrever e há quem o faça melhor que eu, deixo-vos com três reflexões/opiniões finais acerca deste tema tão "quente".

Para lerem a reflexão do amigo Piresf carreguem aqui.

Para lerem a reflexão da amiga Kaótica carreguem aqui.

Para lerem a reflexão do amigo Jorge P. G. carreguem aqui.

Quer votem sim, não, branco ou nulo, o importante é ir votar no Domingo e mostrar que o povo Português é responsável quando chamado a dar a sua participação para as questões do país.

Segunda feira, espero que toda a poeira levantada por este referendo assente e se voltem a discutir os temas muito graves que nos afectam a todos e que foram relegados para segundo plano...

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Boas…
Tenho seguido este tópico da despenalização do aborto com alguma atenção, assim como a saudável discussão que se tem verificado neste blog.
Se tentarem visualizar o fundo das diferentes opiniões e comentários que vêm sendo descritos, verificam que os defensores do NÃO têm como base mais forte do seu discurso a ética e a moral, olhando sempre para o futuro e deixando o presente um pouco de parte. Os defensores do SIM baseiam mais a sua opinião em factores do presente estado (económico-social) da vida da mulher e que futuro poderá ela garantir ao recém-nascido.
Esta é uma discussão em que não se sai a ganhar. Dar primazia à vida que se está a formar, acredito que é prioridade de todos. Mas existem factores na realidade de cada um de nós que nos podem levar a cometer este acto que não acredito ser fácil para ninguém. Nunca vi nenhuma mulher feliz por ter optado abortar e não acredito que nenhuma o faça de ânimo leve. Agora é óbvio que se torna importante discutir alguns factores referentes a esta complicada questão, pois nenhum defensor do SIM quer ou aceita que esta prática se torne banal e que se faça a IVG sem que haja uma verdadeira justificação.
Poderemos começar por abordar o tema da vida. Eu penso que actualmente toda a gente considera em embrião uma forma de vida. É claro que discordo quando dizem que a vida começa aquando da fecundação. Antes de haver fecundação existem já duas células que também são vida e, se formos ver por ai, todos os dias matamos arbitrariamente formas de vida bem mais complexas do que um óvulo fecundado sem pensar nisso. Eu acho que relativamente a este tópico, o que nos deveria importar não é saber que o embrião é vida (porque nisso todos concordamos) mas saber quando é que essa forma orgânica ganha uma consciência e se torna um SER. Acreditando na palavra dos médicos e cientistas, com 10 semanas este embrião ainda não é um SER. Os seus órgãos ainda estão em formação, o seu cérebro ainda não funciona, ainda NÃO É CONSCIENTE. Apesar deste estado inconsciente sou completamente a favor da protecção do embrião, e que esta se protele o mais possível de modo a permitir que uma vida consciente se desenvolva e nasça. Agora, no que temos que reflectir é em que condições essa vida vai nascer. Neste ponto acho muito importante considerarmos todas as perspectivas: sociais, económicas, emocionas, psicológicas, físicas, etc., e não só a perspectiva ética e moral. Aqui pode ser também introduzida a pergunta do referendo para meditação, que nos pergunta, não se somos a favor do aborto, mas se concordamos com a sua despenalização até às primeiras 10 semanas. Existem os casos “mais fáceis de analisar”, como as deficiências de gestação que levam a má formação dos fetos. Nesta situação parece haver uma razão que por si só “justifica” a IVG ou que nos leva a ser mais tolerantes com ela. Deixar nascer um ser que tem uma trissomia 18, ou paralisia cerebral parece justificar-nos a IVG, pois é algo inerente ao feto e que não se pode culpabilizar ninguém. Já se falarmos nas outras situações, aqui é que se criam as duas grandes facções de apoio ao SIM ou ao NÃO. Situações que já não têm a ver com factores inerentes ao feto, mas sim aos seus progenitores. Aqui é que entra a grande questão da moralidade e ética em relação com a qualidade de vida do novo ser e seus progenitores. Os defensores do NÃO tendem a desvalorizar bastante as considerações económicas e sociais que levam uma mulher a optar pelo aborto. Não acho que devam ser desvalorizadas só porque a moral fala mais alto. Não deve ser nada agradável para uma jovem mãe (geralmente a classe mais afectada) ver o seu filho a chorar por comida e não ter que lhe dar. E não aceito a argumentação de que se arranja sempre qualquer coisa porque em muitos casos isso não é verdade. Quantas jovens ainda vivem em casa de pais pouco tolerantes que as põe na rua “com uma mão à frente e outra atrás” caso engravidem? Como é que elas fazem para sobreviver. Estes são aspectos que temos que ter cuidado em considerar antes de apontar o dedo.
Uma mãe, nesta situação, é mais que provável que vá recorrer ao aborto clandestino e, se for descoberta, incorre numa pena de prisão até 3 anos, apenas porque tomou uma decisão que era a única a ter disponível na altura.
O caso de uma violação é outra situação também muito difícil de ajuizar. Trata-se de um bébé que foi gerado sem consentimento da progenitora. E há muitos mais exemplos que poderiam ser citados. A mensagem que desejo partilhar aqui é que nestas situações é quase inevitável o aborto e se as mães o vão praticar de qualquer forma, não seria melhor fazê-lo em condições de segurança e higiene controladas, com o conhecimento do estado, que antes de permitir a IVG põe a mulher em contacto com o planeamento familiar e profissionais que a podem apoiar e ajudar na decisão a tomar? Eu penso que se torna lógico o voto no SIM, também apoiado na ideia de que as mulheres não vão começar a engravidar a torto e a direito porque agora podem abortar, até porque estas situações são controladas pelo governo e não são nada favoráveis à própria saúde e bem-estar da mulher.

Peço desculpa pela longa dissertação mas achei importante mostrar que também existe moralidade no facto de se optar por uma IVG e que muitas vezes este passo pode ser mais difícil, mas mais consciente, de dar do que propriamente o deixar continuar a gravidez que, além de ser prejudicial à progenitora, poderá gerar uma vida que nunca vai encontrar o seu lugar no mundo.

Obrigado,
M.Gomes

11:17 da tarde  
Blogger Jorge P. Guedes said...

OUTSIDER:

Já agora quero recordar-te o que escrevi n'O Sino e reflecte o meu pensamento em relação ao NIM.

Que todos votem, sim, mas sem influências externas, de acordo com o seu próprio juízo.

Um abraço.

2:19 da tarde  
Blogger Outsider said...

Jorge:
Tens toda a razão. Faltava a referência ao teu NIM. Vou já mudar o post.
Um Abraço.

4:24 da manhã  
Blogger PintoRibeiro said...

Fui ler. Boa tarde.

5:02 da tarde  
Blogger Rui Martins said...

bem... eu j+á votei... mas parece que até à pouco somente mais 31% dos portuguses tinham seguido o meu exemplo... para gáudio da beatade e dos excomungadores de serviço!

5:24 da tarde  
Blogger Jorge P. Guedes said...

Outsider:

Apesar da imaturidade democrática de tantos, desta vez o reaccionarismo da Madeira e dos Açores não foram suficientes.

(Temos é, agora, que pagar à Madeira o que lhe roubámos, segundo palavras desse Bocassa branco e ajardinado que dá pelo nome de Alberto João e que faz equilíbrio em duas patas mesmo quando está sóbrio!)

Um grande abraço.

11:58 da tarde  
Blogger Kaos said...

Ontem passei o dia nas mesas de voto e cheguei a ficar assustado com a pouca genbte que foi votar de manhã. Só à hora do fim das missas chegavam camionetas carregadas de gente mais idosa, alguma que se via que nunca tinha votado e outros acompanhados pelo padre. Depois, durante a tarde tudo se tornou mais normal e felizmente acabou essa praga da penalização do aborto. Portugal é hoje um país melhor.
abraço

10:30 da manhã  

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