O leitor regressa a casa. Sobe no elevador. Acende a lâmpada fluorescente da cozinha - das mais economizadoras - e com o controlo remoto liga a televisão ou o rádio. São gestos que, de tão rotineiros, nos fazem esquecer a origem de tantas comodidades que nos facilitam o dia-a-dia e que só existem porque alguém as inventou. Assim, hoje - dia em que se cumprem 150 anos do seu nascimento - é a ocasião de prestar homenagem a Nikola Tesla, o pai da corrente alternada.
É uma história comum à grande maioria dos inventores dar largas à sua capacidade criativa, concretizar ideias que tornam a vida mais fácil e, depois, morrer no esquecimento. Por isso, não é de estranhar que o nome Nikola Tesla pouco diga ao leitor.
Nasceu faz hoje 150 anos, na vila de Smiljan, na Croácia. Já era de prever que dali viesse uma mente fértil em ideias, já que a sua mãe - Djouka Tesla - provinha de uma linhagem de inventores, dando-se ao cuidado de criar utensílios para a costura e lide caseira.
A vocação de Tesla para as ciências e em especial pela electricidade levou-o a frequentar o Instituto Politécnico de Graz. Além das muitas ideias para construção de inventos, sonhava bem alto, como, por exemplo, conhecer Thomas Edison e trabalhar com ele no desenvolvimento tecnológico.
Enquanto frequentava os estudos superiores, Tesla discordava da ideia de que apenas a energia eléctrica só pudesse ser distribuída através da corrente contínua. Por isso, defendia o desenvolvimento da corrente alternada como a única forma de levar a energia eléctrica através de grandes distâncias.
Mal concluiu o curso, conseguiu um lugar na Companhia Continental Edison, em Paris. Dois anos mais tarde, Tesla concretizou o seu sonho e foi trabalhar com Thomas Edison em Nova Iorque.
Cepticismo de Edison
A sua ideia de desenvolver a corrente alternada colidiam com o cepticismo de Edison. Contudo, o cientista acabou por ceder ao desafio lançado por Tesla de conseguir obter uma maior eficiência dos dínamos na ordem dos 25% em apenas dois meses, tendo Edison prometido dar-lhe 50 mil dólares se conseguisse tal proeza. No prazo estipulado, Tesla conseguiu melhorar a eficiência dos dínamos. Contudo, Edison deu a promessa por brincadeira e não cumpriu o prometido, o que levou Tesla a romper os laços com o seu patrão.
Só mais tarde, A.K.Brown, proprietário da Western Union, decidiu contratar Tesla, oferecendo-lhe um laboratório para que desenvolvesse as suas ideias. O inventor criou o seu dínamo de corrente alternada, acabando por demonstrar à comunidade científica mundial a eficácia das suas ideias.
A bobina de Tesla tornou-se, na ocasião, numa inovação impressionante. O aparelho serviu de base para a a construção dos aparelhos de televisão, rádio e comunicação sem fios.Entre muitos outros inventos, o "raio explorador" de Tesla fez igualmente sensação durante a guerra de 1917. O inventor - nesta ocasião já naturalizado como cidadão norte-americano -, teve a ideia de construir uma estação emissora capaz de emitir ondas exploratórias de energia. Isto iria possibilitar a determinação precisa da localização, à distância, dos veículos pertencentes às forças inimigas. Na ocasião, as forças militares olharam para a nova ideia de Tesla como se de uma brincadeira se tratasse e recusaram-na. Foi preciso deixar passar alguns anos para que alguém acreditasse em Tesla e lhe desse sinal verde para construir aquilo que hoje é conhecido por radar, um instrumento que se mostrou indispensável durante a Segunda Guerra Mundial.
In JnPoucas vezes falamos deste senhor, que criou vários inventos que permitem a vida como a conhecemos hoje, principalmente ao nível da electricidade com o desenvolvimento da corrente alternada, que é a forma como hoje em dia a electricidade chega a todas as casas. Para além do electromagnetismo Tesla fez grandes contributos em outras áreas, como por exemplo: robótica, balística, ciência informática, física nuclear e física teórica.Fica aqui a minha homenagem e lembrança.